Rishi Sunak foi anunciado nesta segunda-feira (24/10) como novo premiê britânico, depois que seu rival Boris Johnson desistiu da disputa, tornando o ex-ministro das Finanças o único candidato com apoio suficiente nas eleições internas para líder do Partido Conservador.

A outra possível concorrente para a sucessão de Liz Truss era Penny Mordaunt, ex-ministra da Defesa e líder da Câmara dos Comuns do Parlamento, mas ela não conseguiu o mínimo de 100 apoiadores necessários e retirou sua candidatura.

Sunak ainda tem que ser convidado pelo rei Charles 3° antes de ser considerado oficialmente o primeiro-ministro, mas o procedimento é considerado uma formalidade.

Sunak, de 42 anos, é o terceiro primeiro-ministro britânico em menos de dois meses. Filho de imigrantes indianos, Sunak será o primeiro chefe de governo britânico a pertencer a uma minoria étnica do país.

Liz Truss anunciou sua renúncia na última quinta-feira, apenas seis semanas depois de assumir o cargo de primeira-ministra. Ela estava sob pressão desde que lançou um programa fiscal com cortes de impostos, que causou turbulência nos mercados financeiros.

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Neste domingo, Johnson anunciou que decidiu não concorrer às primárias do Partido Conservador para substituir  Truss como líder da legenda e premiê do Reino Unido. Em comunicado,  ele afirmou que, apesar de contar com o apoio necessário dos parlamentares conservadores para entrar na disputa, não seria a coisa certa a fazer. Ele esteve à frente do governo britânico até julho e renunciou após uma série de polêmicas envolvendo festas realizadas na residência oficial durante a pandemia.

“Nos últimos dias, fiquei impressionado com o número de pessoas que sugeriram que eu deveria mais uma vez disputar a liderança do Partido Conservador, tanto entre o público quanto entre amigos e colegas no Parlamento”, declarou Boris Johnson, acrescentando que chegou a conclusão que essa não seria a decisão correta. “Não se pode governar de maneira efetiva a menos que tenha um partido unido no Parlamento.”

Na nota, Johnson também indicou que havia contatado os outros dois candidatos, o ex-ministro da Economia, Rishi Sunak, e a líder dos conservadores na Câmara dos Comuns, Penny Mordaunt, porque esperava uni-los no interesse nacional, mas “infelizmente não foram capazes de encontrar uma maneira de fazê-lo”.

“Por isso, temo que seja melhor não permitir que minha nomeação vá adiante e comprometo meu apoio a quem for bem-sucedido. Acho que tenho muito a oferecer, mas temo que o momento simplesmente não seja o adequado”, concluiu.

Johnson foi forçado a deixar o cargo em julho em meio a uma debandada de membros do gabinete do primeiro-ministro britânico, incluindo Sunak, que renunciou ao cargo de ministro das Finanças.

A aparente tentativa de retorno do ex-primeiro-ministro recebeu reações mistas de dentro de seu próprio partido. Apoiadores dizem que ele é uma figura popular que pode atrair votos, enquanto críticos alertam que seu retorno seria uma catástrofe para o futuro do partido.

Fonte: DW Brasil