Pelo menos 10 civis morreram e outros 39 ficaram feriados após uma explosão em uma igreja na República Democrática do Congo (RDC). O porta-voz militar congolês Antony Mualushayi disse que o ato terrorista aconteceu em uma igreja pentecostal em Kasindi, província de Kivu do Norte, na fronteira com Uganda. 

O porta-voz da operação militar de Uganda na República Democrática do Congo, Bilal Katamba, disse que “os terroristas usaram um explosivo doméstico para realizar o ataque e suspeitamos que as Forças Democráticas Aliadas (FDA) esteja por trás do ataque”.

O Ministério das Comunicações da RDC também afirmou nas redes sociais que o ataque foi aparentemente realizado pelas Forças Democráticas Aliadas, grupo que tem apoio do Estado Islâmico na África Central. Na noite de domingo (16.01), o Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo ataque.

Dentre os mais de cem grupos armados que atuam no leste do país, o FDA é um dos mais violentos. São acusados de massacrar milhares de civis congoleses e de realizar ataques a bomba em Uganda.

Um diácono da igreja evangélica em Kasindi, Esdras Kambale Mupanya, disse que os fiéis se reuniram para uma cerimônia de batismo antes da detonação da bomba.

“Vários entre nós morreram no local, outros tiveram os pés cortados em dois”, disse o homem de 42 anos. “Deus me salvou e saí vivo com os membros do meu coral. Hoje não era o dia em que eu deveria morrer”.

Em 2021, os Estados Unidos classificaram o FDA como “organização terrorista estrangeira” com ligações com o Estado Islâmico. A milícia atua principalmente no Kivu do Norte e na província vizinha de Ituri.

No mesmo ano, uma operação militar conjunta congolesa-ugandense começou a combater o FDA dentro da RDC, mas os ataques continuaram.

Um relatório de especialistas independentes para o Conselho de Segurança da ONU, divulgado em dezembro, disse que o FDA “continuou sua expansão geográfica” apesar da operação militar congolesa-ugandense, matando pelo menos 370 civis desde abril de 2022. O documento também alertou que o ADF estava mudando de tática, optando por ataques a bomba “mais visíveis e mais letais” em áreas urbanas.

Fonte: Africa News