O presidente libanês Michel Aoun disse que os ataques aéreos de Israel a alvos libaneses, os primeiros desde 2006, mostraram uma escalada na “intenção agressiva” do país. Aoun disse também, em um tweet, que os ataques eram uma ameaça direta à segurança e à estabilidade do sul do Líbano e violavam as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

É preciso lembrar que Israel travou uma guerra em 2006 contra o Hezbollah, que é apoiado pelo Irã. De lá pra cá não houve grandes episódios de violência na fronteira. O líder do Hezbollah no Líbano, Hassan Nasrallah, prometeu uma resposta “adequada e proporcional” a qualquer ataque aéreo israelense ao país.

“Nossa resposta foi ligada aos ataques israelenses que ocorreram no sul do Líbano pela primeira vez em 15 anos”, disse Nasrallah em um discurso televisionado. “Queríamos dizer ao inimigo que qualquer ataque da força aérea israelense ao Líbano inevitavelmente atrairá uma resposta, embora de forma adequada e proporcional, porque queremos servir ao propósito de proteger nosso país”, acrescentou.

Nasrallah descreveu os ataques aéreos desta semana como um “desenvolvimento muito perigoso”, mas disse que o Hezbollah não queria a guerra. “Não estamos procurando a guerra e não queremos ir em direção à guerra, mas estamos prontos para ela, se necessária”.

O conflito de 33 dias no verão de 2006 matou 1.200 pessoas no Líbano, a maioria civis, e 160 israelenses, em grande parte soldados. As agressões terminaram com um cessar-fogo apoiado pela ONU em 14 de agosto de 2006, que viu o exército libanês ser implantado ao longo das áreas de fronteira.

 O Hezbollah é o único lado que não se desarmou após a guerra civil do Líbano de 1975-1990. Há muito é alvo de sanções dos EUA e é listado como uma organização “terrorista”. Internamente, o grupo xiita goza de certo poder político já tem suas cadeiras garantidas no parlamento libanês. 

Imagem: Ali Hashisho/Reuters