O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou a liberação de um milhão de barris de petróleo bruto todos os dias durante os próximos seis meses. O óleo vem da Reserva Estratégica de Petróleo (SPR, em inglês), um estoque emergencial criado em 1975 no contexto de escassez e crise energética após a Guerra do Yom Kippur.

As sanções ocidentais impostas a Moscou no último mês provocaram uma disparada no preço da commodity em todo o mundo, já que a Rússia responde por uma imensa parcela das exportações de petróleo no mercado global. 

A Agência Internacional de Energia (AIE), instituição que atua orientando seus 30 membros sobre políticas de segurança energética, também se comprometeu a liberar 60 milhões de barris. A AIE é composta basicamente por países ocidentais e algumas economias importantes como Japão, Coreia do Sul, Turquia e Nova Zelândia. Com exceção da Rússia todos os BRICS são membros associados. 

Em entrevista à Al Jazeera, Clayton Allen, diretor do Eurasia Group, afirmou que “o tamanho e a duração dessa liberação colocarão uma grande pressão na infraestrutura da SPR e nos terminais que serão usados para transportar petróleo para o mercado”.

Robert McNally, presidente do Rapidan Energy Group, uma consultoria com sede em Washington, disse à Al Jazeera que “o que eles estão tentando fazer aqui é assegurar ao mercado que haverá pelo menos alguma compensação para a perda potencial de fornecimento russo”. Na mesma matéria, Frank Macchiarola, vice-presidente sênior do American Petroleum Institute em Washington destacou que o lançamento de barris pela SPR “pode fornecer algum alívio de curto prazo, mas não é uma solução de longo prazo para atender à crescente demanda por preços acessíveis e energia confiável”.

A mesma opinião é compartilhada por Mike Sommers, presidente da American Petroleum Institute. “A SPR foi implementada para reduzir o impacto de interrupções significativas na cadeia de suprimentos e, embora o lançamento possa fornecer algum alívio a curto prazo, está longe de ser uma solução de longo prazo para a dor econômica que os americanos estão sentindo na bomba”, afirmou Sommers em entrevista ao New York Post.